sábado, 23 de outubro de 2010

Historiador fala de seu livro sobre a história dos 250 anos da paróquia de Sant’Ana

Geovani Németh, historiador que lançará livro sobre a paróquia de Sant'Ana, que está completando 250 anos


--- por Eduardo Cicarelli ---


O historiador Geovani Németh-Torres, estará lançando o livro “Os 250 Anos da Paróquia de Sant’Ana: Uma História da Igreja Católica em Lavras”, no dia 5. Németh tem 24 anos é professor formado em História, Especialista em Educação Especial e atualmente é graduando em Administração Pública na UFLA e membro do Rotaract Club de Lavras.

Ele conversou com a reportagem do LavrasNews esta semana e falou porque escreveu o livro sobre os 250 anos da paróquia. Németh disse: “Porque sou um historiador! Infelizmente poucos são os que exercem a profissão... hoje no Brasil, a maioria dos que formam em História são meros agitadores políticos ao invés de pesquisadores ou professores sérios. Isso é ruim. Outra grande dificuldade em ser historiador é que nossa cultura atual se tornou pobre, efêmera e vulgar. É uma pena, pois um povo sem memória é um povo ignorante, sem identidade própria, fadado à extinção. Mas não é só por isso que é importante saber de nosso passado, porque também se descobre muita coisa interessante e divertida quando se estuda História.

Questionado sobre o que mais chamou a atenção em sua pesquisa ele respondeu: “A história de Lavras é bastante rica e, confesso, bem mais rica do que imaginava quando comecei o estudo. Fiquei fascinado ao conhecer fatos e personagens de nosso passado. Um dado particularmente marcante está na relação entre religiosidade e civismo do lavrense. Por exemplo, quando construída, a belíssima Matriz de Sant’Ana não era apenas uma igreja, mas também o símbolo maior do progresso e desenvolvimento da cidade. O mesmo vale para a Igreja do Rosário: quando o templo religioso esteve ameaçado de demolição, a população e a imprensa se uniram para salvá-la, pois além de local de devoção, o monumento é nossa maior relíquia histórica. Fico triste, porque hoje não existe mais este amor dos lavrenses por Lavras. O que mais escuto de nossos conterrâneos -- principalmente nos jovens -- é como eles odeiam e desprezam a cidade, um horror! É questão de lógica elementar: quem ama, cuida; aquilo que é amado, prospera”.

Sobre a ajuda que recebeu neste trabalho, Németh disse: “Muitas pessoas, muitas mesmo. Agradeço especialmente à UFLA, à PROEC e ao Museu Bi Moreira por permitir que eu fizesse a pesquisa lá, e também o apoio da Paróquia de Sant’Ana e da Sociedade São Vicente de Paulo. Aliás, o produto da venda dos livros será destinado a estas duas instituições”.

Segundo ele, o livro tem outros atrativos, ele também explicou que a narrativa não foi concluída em 1917, como foi postado no Jornal de Lavras na internet. “No último mês escrevi dois capítulos extras, então o trabalho vai até os dias de hoje. O livro é amplamente ilustrado com cem fotos, a maioria inédita. Garanto que muitos irão se surpreender com a quantidade de informações selecionadas sobre estes últimos 250 anos. Em síntese, todo o conteúdo é um grande tributo aos lavrenses e católicos do passado, cujas suas vidas e feitos não devem ser esquecidos, pois podem inclusive inspirar as gerações vindouras. E cuidado: a edição tem uma tiragem limitada, quem bobear ficará sem seu exemplar”.

Németh falou também sobre seus planos para o futuro, ele disse que quer fundar o Instituto Histórico em Lavras, junto de outros professores, historiadores e entusiastas do tema. “Nossa cidade não pode mais ignorar e destruir sua memória, isso é ruim para a própria cultura, educação e turismo da região. Para os próximos anos, tenho também planos para mais cinco livros, um deles sobre a história da imigração em Lavras. Outro projeto, este já iniciado, é a reedição do jornal Acrópole, do Museu Bi Moreira. Quem quiser uma cópia pode pegá-la gratuitamente no próprio Museu”.

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Fonte: LavrasNews. Ano IX, n. 476. Lavras. 23 out. 2010.

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